Hoje é um dia mais que especial, há exatos dois anos a minha
pequena recebeu a tão esperada ligação para o transplante. No dia 30 de
setembro de 2013 ela entrou no centro cirúrgico e lá permaneceu até o dia
seguinte. Foram horas intermináveis de espera e angústia, mas que foram
recompensadas com a alegria de saber que a minha filha estava sendo curada. O pós-transplante
não é fácil, são vários remédios, alguns para a vida toda, a imunidade fica
mais baixa e o cuidado deve ser redobrado. Mas o que é isso para quem já vivia
com MSUD?
Viver com MSUD é viver com um medo constante de ficar
doente. Cada criança tem uma forma diferente de conviver com a doença, mas no
caso da minha filha ficar doente sempre significava uma nova internação. Foram
várias até o dia da cura, um simples vômito ou febre já faziam a tal da
leucina subir de uma forma descontrolada.
Hoje a Letícia vai à escola e leva uma vida normal. É claro
que eu evito levá-la à lugares com aglomeração e estou sempre com o álcool gel
na bolsa. Comer sem lavar as mãos nem pensar! São pequenos cuidados que a gente
aprende com a necessidade.